A amizade no meu tempo não é igual à do tempo dos meus pais. Entre cervejas e cigarros, o meu pai e os amigos discutiam política, futebol, Fórmula 1 ou miúdas no café do final da rua. Hoje, se eu quiser beber um copo com um amigo de longa data, é quase certo que vou precisar de uma ligação à Internet, uma webcam e qualquer rede social e, mesmo assim, o brinde nunca passará de virtual. E não fui só eu que vim para Inglaterra. Uma está em Barcelona, outras em Bruxelas, outro voltou de Itália e outra já vive há anos na Noruega.
Nestas aventuras internacionais, perdem-se amigos e ganham-se outros. No tempo dos meus pais era sempre a somar, agora a matemática é mais complexa e envolve muita subtracção. Nos novos países continua a ser difícil. Os amigos partem quase à mesma velocidade a que chegam. À medida que os laços ficam mais fortes, estabelecem-se preferências e espera-se secretamente que os próximos a ir não sejam dos nossos preferidos. E a cada vez que um vai, prometemos nunca nos esquecer. No tempo dos meus pais, ninguém se lembrava de tais promessas, porque - salvo raras excepções - os amigos iam estar sempre ali. Nem precisavam de se definir preferidos.
A amizade agora é, à partida, mais desafiante. Na luta pelo não-esquecimento, as redes sociais são as nossas maiores aliadas, mas novas paragens, novos amigos e novas aventuras conseguem bater facilmente a omnipresença das redes wifi.
Eu gosto de ter amigos dos quatro cantos do mundo e fico contente quando falamos pelo Facebook ou pelo Skype, mas, às vezes, preferia que se tudo se passasse no café do fundo da rua, como no tempo dos meus pais.
Nestas aventuras internacionais, perdem-se amigos e ganham-se outros. No tempo dos meus pais era sempre a somar, agora a matemática é mais complexa e envolve muita subtracção. Nos novos países continua a ser difícil. Os amigos partem quase à mesma velocidade a que chegam. À medida que os laços ficam mais fortes, estabelecem-se preferências e espera-se secretamente que os próximos a ir não sejam dos nossos preferidos. E a cada vez que um vai, prometemos nunca nos esquecer. No tempo dos meus pais, ninguém se lembrava de tais promessas, porque - salvo raras excepções - os amigos iam estar sempre ali. Nem precisavam de se definir preferidos.
A amizade agora é, à partida, mais desafiante. Na luta pelo não-esquecimento, as redes sociais são as nossas maiores aliadas, mas novas paragens, novos amigos e novas aventuras conseguem bater facilmente a omnipresença das redes wifi.
Eu gosto de ter amigos dos quatro cantos do mundo e fico contente quando falamos pelo Facebook ou pelo Skype, mas, às vezes, preferia que se tudo se passasse no café do fundo da rua, como no tempo dos meus pais.